segunda-feira, 20 de junho de 2016

Alquimistas : Cientistas ou Sonhadores?

Alquimistas : Cientistas ou Sonhadores?




De onde terá surgido tal “ciência” que atraiu e fascinou tantos homens ilustres da Antiguidade? Muito provavelmente já com o homem pré-histórico, observando sua fogueira e a forma como transformava madeira em cinzas, frio em calor, rochas em vidro.
A História define como data provável do surgimento da Alquimia o período entre 300 a 1400d.C. Os Alquimistas eram homens que dominavam a metalurgia.

Segundo alguns historiadores teria surgido no Egito Antigo e sua invenção atribuída a Hermes Trismegisto, inventor de todas as artes.
Muitos povos praticaram a Alquimia. Em alguns países foi protegida e estimulada, no entanto em outros foi reprimida e perseguida.
A etimologia da palavra Alquimia é incerta porém acredita-se que derive do árabe al kimiya, cujo significado é: arte mágica da Terra Negra. Referência ao norte do Egito e ao Delta do Nilo. Os egípcios eram peritos em metais e acreditavam nos poderes mágicos de determinadas ligas metálicas.




Foi um estudo que mesclou razão com intuição e misticismo para tentar explicar as transformações da matéria. Basil Valentine, alquimista e monge beneditino, descreveu a Alquimia como a investigação dos processos naturais com os quais Deus encobriu as coisas eternas.
A principal meta da Alquimia é transformar metais “vis” em ouro.

Tudo teve início na antiga teoria de Aristóteles de que tudo é formado por quatro elementos básicos: terra, água, fogo e ar. Em diferentes proporções, sim, mas apenas pelos quatro.
Os Alquimistas deduziram então que ajustando as tais proporções uma barra de chumbo poderia transformar-se numa bela barra de ouro.




Sua busca constante era pela “Pedra Filosofal”, substância que misturada aos metais provocava a esperada transmutação. Segundo o alquimista Jacob Boehme a Pedra Filosofal é o espírito de Cristo que impregna a alma individual.
Muitos estudiosos dizem que tal idéia é muito simples para a verdadeira busca dos Alquimistas. 
Haveria outro objetivo por trás de tal conceito. Provavelmente a busca da purificação espiritual.
A intenção era o encontro do puro, no perfeito. Quem sabe a tal “Pedra Filosofal” fosse o caminho para a autopurificação, encontro da perfeição espiritual e conseqüente imortalidade.
Há diversos textos que mencionam o sonho da imortalidade por parte desses homens.

Isaac Newton foi um estudioso da Alquimia.




James Price foi o último alquimista a tentar provar sua descoberta da Pedra Filosofal, em 1783, no entanto após o fracasso de tal experimento ingeriu ácido prússico diante de seus colegas e morreu.

Mas eles foram mais importantes do que se imagina. Aperfeiçoaram processos químicos, tornaram conhecidas substâncias até então desconhecidas, contribuíram para o desenvolvimento de alguns remédios, entre outros.
Incrível a associação que homem faz da pureza ao ouro, metal tão apreciado até nossos dias e que não teve substitutos, apesar de toda a evolução tecnológia e espiritual do ser humano.
Bibliografia
Dicionário de Magia e Esoterismo
Nevill Drury - Editora Pensamento
Alquimistas e Químicos
José Atílio Vanin - Editora Moderna
Enciclopédia de Conhecimentos Esotéricos
Alfredo Nieva - Editora Professor Francisco Valdomiro Lorenz
Texto : Márcia Pompei Designer de jóias e professora de joalheria e especializações
no Atelier Márcia Pompei


Fotos : Internet