JOALHERIA FENÍCIA
Os fenícios foram famosos na Antiguidade por seus trabalhos artísticos em ourivesaria, assim como também em marfim, vidro, terracota, madeira, pedra, além da tecelagem. Exímios navegantes e negociantes, os fenícios souberam “assimilar” a arte e os processos de confecção de inúmeros povos com os quais tiveram contato em suas rotas de comércio.
A arte que produziram tinha não só propósitos comerciais, mas também religiosos e, além do impacto visual, procurava transmitir idéias e conceitos.
A maioria dos objetos fenícios que chegaram até nossos dias, assim como os de outras civilizações já desaparecidas, pertencem a sítios arqueológicos de contexto funerário, como tumbas, cemitérios ou templos. Nas antigas tumbas fenícias já descobertas foram encontradas joias em ouro, prata e gemas, escaravelhos e outros objetos simbólicos ou religiosos feitos em vidro ou terracota, tigelas de metal (ouro, prata e bronze) e também em terracota, lindas caixas decoradas em marfim, cosméticos e outros itens que denotam o status social do ocupante da tumba. Uma enorme quantidade destes objetos possui tamanho pequeno.
Objetos em madeira decorada ou tecidos são itens muito raros em achados arqueológicos nos sítios fenícios, estando, porém, documentados em diversos escritos que foram descobertos, onde foram detalhadas as trocas comerciais entre comerciantes fenícios e de outros povos.
O comércio foi o grande fator expansionista da arte fenícia. Por volta do ano 1.000 a.C., mercadorias fenícias podiam ser encontradas em diversos e distantes pontos do mar Mediterrâneo e influenciaram culturas como a grega, a etrusca e a assíria, bem como povos do norte da África e da Península Ibérica.
Poucos sítios arqueológicos da antiga Fenícia (parte do Líbano atual) foram adequadamente escavados, como os de Sarepta (atual Sarafand). A significante maioria dos achados veio de colônias fenícias ou entrepostos comerciais situados na Espanha, Sardenha, Sicília e Tunísia. A maioria destes objetos data do período entre os séculos VII e II a.C., mas peças situadas entre os séculos IX e VIII a.C. foram também encontradas.
A arte fenícia era conservadora por natureza. Sendo assim, motivos decorativos foram repetidos por séculos. Pode-se considerar que o ecletismo é a grande marca da arte fenícia, já que combinaram, de forma pouco usual, variados padrões de diferentes culturas, sem preocupação com simbologias religiosas, por exemplo.
Os artesãos fenícios utilizaram com habilidade elementos egípcios, gregos, assírios e outros em suas concepções artísticas, das cores escolhidas ao design e à combinação motivos decorativos. Por vezes, simplesmente imitavam estilos de outros povos sem modificá-los, o que em alguns achados arqueológicos foi difícil reconhecer o que era autêntico de uma determinada cultura e o que era “cópia” fenícia. (É importante notar que todas as culturas existentes, já desaparecidas ou não, costumavam "inspirar-se" em fontes diferentes da sua própria).(Julieta Pedrosa)
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