segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A JOALHERIA PORTUGUESA NO SEC. XVIII


A JOALHERIA PORTUGUESA NO SEC. XVIII 

O século XVIII foi uma época opulenta para a joalheria portuguesa devido à descoberta de ouro e, mais tarde, de diamantes no brasil.

O sentimento religioso que permeou as concepções artística e decorativa - traduzidas na grande utilização de esmaltes e gemas coloridas - das jóias portuguesas dos séculos anteriores, deu lugar a jóias mais uniformes na sua decoração e design, realçando o brilho e a cor de uma única gema.
Surgiu então a "jóia-espetáculo", cujo objetivo principal do seu portador era a demonstração pública de riqueza, poder ou convicção religiosa. Diamantes, safiras, esmeraldas rubis e pérolas eram as gemas mais apreciadas para este tipo de jóias.


A lapidação em "brilhante" desenvolvida em Veneza no início do século não deve ser entendida unicamente como um aperfeiçoamento técnico da arte da lapidação – até então, a lapidação mais apreciada era em "rosa", que constava de várias facetas na superfície visível superior da gema. Na lapidação em "brilhante", as facetas são dispostas de modo geométrico, de forma que a luz maximize o brilho, a cor e o fogo do diamante. É, talvez, a dominante tendência barroca da demonstração de opulência que motiva o desenvolvimento da nova lapidação.


Tão grande era a tendência pela utilização de diamantes em uma única jóia que era considerado mais hábil o ourives que conseguisse tornar praticamente invisíveis os suportes para as gemas. A prata tornou-se o metal preferido para estas montagens, já que quando bem polida confundia-se com o brilho dos diamantes.



Gardênias, crisântemos, flores de laranjeira e rosas em porcelana, acompanhadas de topázios (com folha de metal para ressaltar as gemas), rubis e esmeraldas em prata. Broche (devant de corsage) português da segunda metade do século XVIII



Além dos diamantes, as esmeraldas, os rubis, as pérolas e as safiras foram largamente utilizadas na joalheria portuguesa setecentista. Mas também uma grande quantidade de jóias foi feita com gemas de baixo valor aquisitivo, porém de grande presença decorativa. Topázios, citrinos e cristais-de-rocha - estes últimos, lapidados em brilhante e forrados com folhas de prata (técnica que em portugal ficou conhecida como "mina-nova") como substitutos dos diamantes, foram também muito utilizados em jóias.

Todas estas gemas eram encontradas fácilmente no Brasil, colônia portuguesa à época.
O naturalismo foi a fonte a que recorreram ourives e joalheiros do século XVIII, tanto em Portugal quanto em praticamente toda a Europa. 


Jóias em forma de ramos de flores, estilizados ou retratados fielmente dos originais, eram as mais produzidas: a grande atenção dada aos jardins barrocos se refletia nas jóias, transformando-as em pequenos e preciosos jardins.


As jóias usadas na corte portuguesa do século XVIII atingiram um elevado grau de esplendor. Nas jóias femininas, destacavam-se colares, brincos, alfinetes, anéis, braceletes e variados adornos para os cabelos, porém a tiara só foi aparecer em fins do século.

As jóias masculinas revelavam um mundo dominado pela elegância que foi, possivelmente, o último período de esplendor da joalheria masculina ocidental: alfinetes de chapéus, relógios com correntes, fivelas para mantos e sapatos, botões e insígnias.


Na segunda metade do século, surgiu o laço que, como o nome indica, é uma jóia desenhada em forma de laço de fita na qual se acrescenta um pendente. Produzido em ouro ou prata e guarnecido com diamantes, o laço podia ser alfinete para roupas ou chapéus, brincos ou pendente no centro de um colar.

Joalheria do século XVIII e XIX

A produção aurífera do Brasil influenciou a ourivesaria portuguesa durante o período barroco, até movimentos do século XIX . Objetos de adorno e de culto religioso em ouro e pedras preciosas tiveram destaque a partir do século XVIII. Âmbulas, anéis episcopais, cálices, chaves de sacrário, cruzes peitorais e ostensórios, entre outros objetos sagrados são símbolos de distinção, hierarquia e poder do clero. Não obstante, objetos de uso pessoal também representaram o poder social e político da época.

Colar de dona Domitila de Castro Canto e Melo, - a marquesa de Santos, presente do imperador. O colar foi conformado por meio de quatorze ametistas engastadas em ouro, tendo ao centro, um camafeu de concha com o busto de d. Pedro I, acervo do Museu Imperial.



 



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