Blog da Designer de Jóias Tamar Zisman.
Para quem gosta de jóias, pedras preciosas, cores, arte, história e muita beleza.
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017
Jóias Egípcias
Desde o quarto milênio a.C. que existem evidências de confecção de jóias no antigo Egito.
O povo egípcio dava enorme importância ao significado religioso de certos objetos sagrados refletindo e influenciando os motivos para aplicar nas suas jóias
Começaram por fazer jóias de simples materiais naturais como por exemplo ramos de plantas, pérolas, pedras sólidas ou ossos.
Estes materiais eram colocados em fios de linho ou em pêlos de vaca e para dar cor começaram a pintá-los com substâncias extraídas de plantas e pedras.
A arte da ourivesaria egípcia atingiu o seu auge nos anos de 2160-1730 a.C. quando este povo dominou as técnicas e a precisão de confecção de peças de joalheria.
Durante os anos de 1500-1085 a.C., a ourivesaria ganhou impulso por causa das missões regulares ao deserto oriental e núbia para extrair metais e conquistar territórios.
Na lapidação egípcia usavam-se fragmentos de esmeraldas ou pedras para esculpir pedras mais suaves, enquanto ferramentas rotativas eram usadas em jóias mais difíceis.
A construção de monumentos juntamente com coleções de mobiliário de grande valor, jóias e arte promoveram a glória, poder e dominação religiosa dos faraós em toda a região.
Esta projeção de grande riqueza tornou-se especialmente importante em sua vida após a morte.
Na era faraónica até à era romana, tanto os homens como as mulheres usavam jóias no seu dia-a-dia, não só como símbolo de riqueza e estatuto social mas também como acessório decorativo que os embelezava e protegia contra o mal.
O ouro foi o principal metal eleito por esta civilização e foi frequentemente usado ao longo da história desde há milhares de anos.
Para além deste metal, o bronze foi usado extensivamente e, por vezes, coberto com folhas de ouro bem como uma liga de ouro, prata e uma pequena quantidade de cobre chamado de "electro" na V dinastia de Faraó, Sahure.
Sendo as pedras naturais muito difíceis de serem trabalhadas, os antigos egípcios preferiram imitar as suas cores usando vidro policromada em 2000 a.C.
Do vidro solidificado formavam esferas, amuletos, eshawabtis (figuras pequenas que eram enterrados com a múmia) revestiam objectos de argila, de sílica e areia, pedra-sabão e era utilizado como capa de esmalte em jóias de metal.
O povo egípcio foi o precursor da filigrana e a realeza usava nas suas jóias, esmaltes com cores opacas como azul-cobalto, turquesa, verde, roxo e branco e pedras como a jaspe, cornalina, lápis-lazúli, malaquita, turquesa e quartzo ficando a lápis-lazúli a mais apreciada das gemas.
No antigo Egito, a jóia era tão importante quanto a sua cor e nenhum símbolo foi tão importante para os egípcios como o escaravelho ou besouro símbolo de renascimento.
De acordo com o livro dos mortos, o azul-escuro representava o céu quando fica de noite, o verde a ressurreição e a renovação, o vermelho, o sangue a energia e a vida.
Serpentes, escorpiões e outros animais tinham o poder de afastar os espíritos malignos.
A joalheria dos talismãs era destinada para os mortos, como forma de proteção para a outra vida.
As jóias dos faraós eram preparadas desde o momento de posse do trono, ocupando constantemente os Joalheiros.
Os acessórios encontrados e que faziam parte da ornamentação egípcia eram pulseiras, peitorais decorativos suspensos por corrente ou fita e decorado para representar várias divindades, formava uma espécie de peruca exterior que influi como as ondas do cabelo em fios longos e flexíveis de contas de ouro sendo mantido no lugar por um diadema de ouro de forma a manter a peruca durante as cerimónias.
Os diademas eram utilizados também pela múmia para proteger a testa do rei no além.
A maioria dos objetos domésticos tais como vasos, placas e móveis eram feitos de ouro batido enfeitado com jóias.
Embora alguns tesouros egípcios se tenham perdido ou sido roubados, o tesouro do famoso Faraó Tutancâmon, filho de Amenhotep III herdado e acumulado ao longo dos tempos, como o de Seti I ou Ramsés ainda permanece vivo.
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